Eu resolvi passear com o meu olhar pelo acaso
Queria passar a vez desafiar o inevitável
Ser surpreendido pela falta, pela falta do inusitado
Deixar o zero a zero para o fim do campeonato

Eu leio de novo e vejo o óbvio estampado nos jornais
É o rastro de chumbo frio impresso em letras garrafais
É o caos lambendo os meus olhos nesta manhã
É o gosto já amargo do café expresso em minha dor

De não ter você aqui me livrando do meu cansaço
Eu sei que sou passado mas...

Eu sou o que me convém
Eu sou de nada muito obrigado
Eu sou o que me tornei
Um pouco do que já fui passado
Eu sou um corpo entregue aos seus braços
Os gritos ocultos nas paredes do seu quarto

De tanto procurar vestígios de mim
Sabendo que o fim vai juntar a minha dor e eu vou me despedir
Só quem já foi impregnado na dinastia 3x4
Sabe o que é ser recortado, fotografado no espaço

E eu vou me levando eu vou me largando
Marcando meu caminho deixando os meus erros de gorjeta pra vida
Eu sei que sou o inverso e que eu visto sempre do avesso
Inverto o resto do verso e no fim desejo o começo

Meu bem volte pra mim, me traga a sua paz
Eu sei que eu sou a__im mas...

Eu sou o que me convém
Eu sou de nada muito obrigado
Eu sou o que me tornei
Um pouco do que já fui passado
Eu sou um corpo entregue aos seus braços
Os gritos ocultos nas paredes do seu quarto

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