E era ele que nunca brilhou, nem se destacou demais
De todo o resto que sempre viveu... como sendo
Levava sua vida sossegada almejando o sucesso de ser feliz
Comprando seu cigarro no mesmo bar

Alguém como eu que não sabe porque nasceu
E que por isso pode tentar ser qualquer coisa tudo que lhe convier
Andar por aí sem rumo, ou se esconder atrás de qualquer muro
Ser apenas alguém comum, irmão de Zé Bedeu

Foi quem caminhou com seu jeito estranho
Olhando tudo de qualquer lugar
Sem endereço e sem referência... quase nada
Tropeçava nos próprios pés e as vezes errava na arte de viver
Se confundindo no passo da massa

Alguém que foi abençoado com a virtude de ser sempre comum
Que não precisa fazer sentido ou fazer parte de qualquer partido
Que pode dividir seu pão ou então pode decidir ser mal
Ser um fulano de tal, irmão de Zé Bedeu

E ele que nunca buscou a perfeição
Que nunca teve sua rima musicada
Mas provocou a inveja em um deus que é perfeito
Um deus que sempre desejou a virtude de errar

Alguém como eu que não sabe porque nasceu
E que por isso pode tentar ser qualquer coisa tudo que lhe convier
Andar por aí sem rumo, ou se esconder atrás de qualquer muro
Ser apenas alguém comum, irmão de Zé Bedeu

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