Seu dotô me dá licença
Pra minha história contá
Hoje eu tô na terra estranha
E é bem triste o meu pená
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meiu lugá
Eu tinha cavalo bom
Gostava de campeá
E todo dia aboiava
Na porteira do currá

Êêê..., rei á, rê rê rê..., vaca Estrela, rô, rô rô..., boi Fubá

Eu sou fio do nordeste
Não nego o meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá prá cá
Lá eu tinha o meu gadinho
Não é bom nem imaginá
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava a aboiá

Êêê..., rei á, rê rê rê..., vaca Estrela, rô, rô rô..., boi Fubá

Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapaiá
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentá
O sertão esturricô, fez o açude secá
Morreu minha vaca Estrela
Se acabou meu boi Fubá
Perdi tudo quanto eu tinha
Nunca mais pude aboiá

Êêê..., rei á, rê rê rê..., vaca Estrela, rô, rô rô..., boi Fubá

Hoje nas terra do sul
Longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente
Uma boiada passá
As água corre dos oios
Começo logo a chorá
Me lembro minha vaca Estrela
Me lembro meu boi Fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiá

Êêê..., rei á, rê rê rê..., vaca Estrela, rô, rô rô..., boi Fubá
Êêê..., rei á, rê rê rê..., vaca Estrela, rô, rô rô..., boi Fubá

José Biasotto, Maringá, 22/12/2007

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