Rodando a cidade de estação em estação
Tentando reconhecer cada pedaço de você
Seus sonhos e devanias, seus prédios que tocam o céu
Suas vastas avenidas e seu sorriso espalhado ao meu

Do concreto à sua tímida carícia fria
Que constrói a minha noite
E me torna tão sozinho na sua presença
Os carros vão passando
E conjugando a Urbanía

O céu nublado me silencia, é uma oração
Para as almas perdidas no excesso deste chão
Eu caminho camuflado em meio a tantos passos
Para que deus não possa mais me reconhecer

O cheiro do concreto me invade
E os meus pés se confundem à calçada
Eu quero me espalhar em cinza na babilônia
Eu desejo viver eternamente a Urbanía

É cada vez mais difícil olhar em volta e não deixar
Que as minhas asas se fechem para o céu
Essa avenida nublada de asfalto
Deságua com pressa a informação

... são antenas em desordem
E a fumaça rasgada pelos faróis
Me fazem ver o tempo passar e deixar os prédios
Cada vez mais abandonados nesta Urbanía

E eu vou andando e devastando
O que ainda resta dos meus dias
Eu quero a noite que nunca termina
Eu quero andar em qualquer direção
Eu quero os muros gastos de tanta paixão
Eu quero me perder...

... dos olhares que se tocam
Marca um beijo, um contato, um encontro
Esquecido na passarela dos que tem pressa
A cada esquina eu sinto o peso desta Urbanía

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